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27/08/2023

Aprendemos a dizer que foi Fátima quem apareceu aos 3 pastorinhos, e talvez haja uma parte de nós que ao dizê-lo se esqueça que Fátima é Mãe Maria, mãe de Jesus e filha de Anna, Maria - "uma senhora mais brilhante do que o sol" como disseram Jacinta, Lúcia e Francisco. Em 1917, ano das aparições, cerca de 55 mil homens portugueses foram enviados para os campos de batalha da primeira guerra mundial. Portugal e a Europa atravessavam um vale de sombras que se viria a agigantar até dimensões inimagináveis durante a primeira parte do séc XX. Nesta altura 67% da população portuguesa era analfabeta, sobretudo nas regiões rurais e entre as mulheres (75%). 

A Cova da Iria foi o local escolhido para o acontecimento de fenómenos que viriam a influenciar milhões e milhões de pessoas no mundo inteiro: 

" — Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo. E ajoelhando em terra, curvou a fronte até ao chão. Levados por um movimento sobrenatural, imitámo-lo e repetimos as palavras que lhe ouvimos pronunciar: — Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam. Depois de repetir isto três vezes, ergueu-se e disse: — Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas. E desapareceu." ... "Rezámos aí o terço e (a) oração que na primeira aparição nos tinha ensinado. Estando, pois, aí, apareceu-nos pela terceira vez, trazendo na mão um cálice e sobre ele uma Hóstia, da qual caíam, dentro do cálice algumas gotas de sangue ... Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra."

No dia 19 de Agosto Magdala, as 4 irmãs Madalenas, seguiram viagem rumo a este local, que, segundo o conhecimento que nos chega de Telos, se trata do Retiro de Cura da sexta Chama Sagrada, velado por Mãe Maria e pelo Arcanjo Rafael. A cor Verde e o profundo significado da Abundância acompanhou toda a viagem de Magdala: Afirmo-me nas minhas raízes e cresço em abundância infinita; lia-se numa das mensagens do oráculo da vida.

A viagem teve início sem grande espectativa, apenas se sentia a felicidade dos 4 corações juntos, e qual a surpresa ao chegar a Valinhos! A Diana pergunta: que dia é hoje? ... dia 19. Foi neste dia que apareceu Mãe Maria. Nenhuma das irmãs sabia que assim tinha sido, todas pensavam que tinha sido a 13 de Agosto, mas nesse dia os 3 pastorinhos tinham sido raptados para interrogatório. 

Os Valinhos são um local emblemático para os crentes das aparições de Fátima, porque, de acordo com os relatos dos videntes de Fátima, foi lá que apareceu o Anjo em 1916, e Nossa Senhora a 19 de agosto de 1917.

A emoção tomava já conta de todo o momento antes de saberem que assim tinha sido e que tinham escolhido o dia da sua aparição para a viagem a Valinhos. Sentadas entre a segunda e a terceira estação da via sacra, a Maria João olhava as outras 3 irmãs sentadas no outro lado do muro. Um profundo simbolismo atravessou os corpos e foi inevitável o choro, a sensação de que tinha começado a viagem de Magdala. Ao pé da azinheira, e com as oliveiras a coroar de luz branca todo o espaço, a Susana entregava o seu choro profundo, e nas suas lágrimas vibrava a ânsia da Paz, a Paz que homens e mulheres anseiam nas esferas da vida íntima e colectiva! Um raminho de oliveira foi-lhe colocado na trança que fez, como símbolo de laço de amor com toda a memória, para que se dissolva na candura das mãos que a tocam: a memória. 

Quando chegaram ao local da aparição da Mãe Maria, dirigiram-se a uma árvore tremendamente bela! Na via caminhavam mulheres africanas magnificamente vestidas das mais variadas cores! Vinham a cantar e as Magdala encheram os olhos da beleza da árvore e daquelas mulheres de rosto ancestral! 

Sentindo os pés na terra, cantaram "canto para ti Jesus, sinto o teu Amor em mim! Magdalena, com Jesus o teu Amado, caminhamos sendo Deus e Amor sem fim!" Consigo tinha trazido o Livro da Ascenção para entregar naquele local uma oração dedicada à abundância ... mas à verdadeira, a que vai além das ideias. O verde que é cor da Chama Sagrada da Cura é o mesmo Verde da Abundância, por isso, toda a escassez de amor, todo o conflito que gera tensão interior, seja que tipo de amor for, tem reflexo no movimento da vida abundante. Leram então: 

"Eu sou a porta aberta que ninguém pode fechar ..." Esta mesma frase que inicia esta oração entregue em Valinhos, inicia uma canção que a Maria João cantou no dia seguinte em Dornes e que acabou por ser o princípio do movimento de um vórtice de cura tremendo. 

Antes de sairem daquele local onde apareceu Maria, repararam que a Ariel escavava insistentemente a terra ali aos pés da árvore. Até que chegou a uma pedrinha ... ao olhá-la de imediato a Ana Maria pensou no Templo Interior - o Corpo Templo - o Novo Templo do Mundo! A Ariel, cadelinha que é leoa de deus (Arcanjo Ariel) tinha chegado à Ana Maria porque ao vê-la a Ana Maria sentiu Maria. Esta viagem começava a evidenciar-se como Mariana ... claro que a Ariel tinha que vir com Magdala! A Ana Maria guardou o presente da Ariel e prometeu velá-lo com devoção como ao seu próprio corpo.

Fizeram ainda outras orações do livro da Ascenção antes de irem até ao local onde está a maravilhosa escultura do Anjo da Paz. Ao chegarem lá percebem que há um grupo de pessoas a fazer constelações familiares mesmo ao lado. Foi muito significativo estar naquele lugar com aquela movimentação enquanto Magdala cantava a Rosa Amor e cânticos a Iemanjá. Uma pedra labradorite deixada numa oliveira um ano atrás, foi colocada no recinto do Anjo da Paz ... com as palavras da oração de São Francisco: é perdoando que somos perdoados e é ao morrer que nascemos para a vida eterna. 

 Afirmo-me nas minhas raízes e cresço em abundância infinita. 

Esta mensagem deixada pelo oráculo antes de chegarem a Dornes é talvez a que melhor define todo o processo vivido nesta viagem, difícil de transpor em palavras tanto se misturam as dimensões, tanto se mistura o individual e o colectivo! 

Nossa ancestralidade é composta por muitos seres que viveram todos os tipos de experiências, possuíram todos os tipos de crenças e precisaram lidar com o amor, a dor, o excesso, a falta e todas as possíveis dualidades que o mundo material pode se preencher. O seu DNA guarda todas estas informações e, à medida que vive experiências ao longo da vida, estas informações vão se ativando e determinando suas formas de ver o mundo. a nível coletivo, a nossa ancestralidade é o que nos resta para que relembremos os saberes da terra. Os guardiões de saberes sagrados, que nos ensinam a viver o novo mundo, são os anciãos.

Seguiram para o Mar, fazendo o caminho de volta na via crucis a cantar: muita luz, muito amor no teu coração! vem lá do Alto, do teu coração! 

O verde e as maçãs, eram dois aspectos/símbolos/mensagens que era necessário interpretar, a Ana Maria levava um sem fim de questões que queria sentir durante a viagem com as irmãs, e a caminho da Nazaré, eis que passam por macieiras a perder de vista com maçãs vermelhas, lindas e perfumadas! Clara que tiveram que trazer consigo 5 ... uma para cada uma e outra para a Ariel. 

Chegaram à praia do norte e o rugido da ondas era o convite perfeito para o grito de luz que tudo solta! Gritaram com toda a força e alegria de coração e a Susana viu como manchas pretas saíram do seu corpo pelos dois lados! Em Valinhos o pressentimento vinha das profundezas, da memória, de palavras de outro tempo agarradas às correntes que prendem os homens em padrões comportamentais, ao pé das oliveiras de Valinhos era evidente o caminho a tomar, o chamado, a voz Mariana que incita à mais profunda interioridade para que a Paz seja vívida no Corpo e na Consciência! Valinhos foi sentido pelas irmãs como o apelo para subida de vibração no globo para que a humanidade não fosse destruída pela própria ignorância e inconsciência. 

Na Nazaré, onde gritam as maiores ondas do mundo, a vozes afundam-se na mais profunda libertação! As irmãs sairam como que renascidas depois daqueles gritos e brincadeira nas ondas! Como crianças deixaram-se abraçar pelo manto azul e branco do Mar - pelo manto de Maria da Nazaré - viriam a saber depois - Rainha da Amazónia, e senhora de um dos maiores cultos do mundo inteiro! 

O jantar e brunch no dia seguinte na Nazaré foi fruição pura! Havia um sentimento de espaço aberto para a risada, para os sentidos despertos, para a Vida tal qual Ela É! A Ana Maria era assaltada por pensamentos acerca da ancestralidade, da navegação, rotas marianas e o porvir da Fé! 

No domingo de manhã antes de partirem para Dornes, visitam o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, e nas suas arcadas ensaiam um concerto improvisado. De repente a mais pura inocência faz-se matéria nas vozes daquelas meninas, que sorriam e brilhavam ao se darem conta do simpático grupo de pessoas que se reunia ali para as ouvirem! E eis que aparece um senhor que vem felicitar Magdala:

Sabem como se chama a Mãe de Maria? ... Sant'Anna, é o meu nome! O senhor Santana tinha nascido em Goa, vivido em muitos locais, Moçambique inclusivé, e com toda a candura e com um olhar brilhante falava acerca de todos os assuntos que acompanhavam as Magdala durante aquela viagem: o silêncio para que se saiba ouvir (quem tem ouvidos para ouvir que oiça), o Templo interior e a verdadeira abundância reflectida nos sorrisos que lhe ofereciamos. A cada palavra que dizia, Magdala surpreendia-se com a sensibilidade, de facto, em cada viagem há sempre um Homem que se manifesta em pura sensibilidade e nesta sem dúvida que foi o Senhor Sant'Ana. 

Que surpreendente esta viagem que se mostrava tão Mariana, de tal modo que até a sua Mãe nos foi trazida. Iniciadas na Escola do Mistério, são essa representação da Linhagem de Mulheres Iluminadas que formam os círculos para a manifestação do poder de cura e regeneração do Sagrado no Corpo.

Depois do mini concerto seguiram para Dornes grávidas de felicidade! Apesar de terem definido o seu destino, percebem que precisam de tomar uma café e eis que Tomar é a cidade que se mostra mesmo ali à mão ... só por acaso, a cidado do Convento de Cristo, onde decidem tomar o seu café. Não chegam a visitar o Convento, mas quando se sabe que o templo é interior, o que tem que se mostrar, mostra-se em qualquer lugar ... numa bomba de gasolina ou na esplanada dum café. 

De repente, do nada, sem contarem, a Ana Maria e a Diana fundem o olhar e entram num estado de Integração ... a Maria João testemunha, e prolonga-se durante vários instantes aquele momento que pretendia mostrar esse estado de fusão através da Unicidade de Cada Um, através do Deus Interior em Cada Um. A Susana chega e a Ana Maria diz, vá, vamos sair....conto até 3 ... 1, 2, 3 ... e separam os olhares sem saberem como ali foram parar ... Ali naquela esplanada, a Ana Maria começa a antecipar o que viria a acontecer em Dornes ... há como que um livro que se abre à sua frente com a espada dos Templários sobre ele ... e é tanto o que há a dizer acerca da perfeita Integração do Masculino/Feminino. 

Maria como Estrela do Mar que conduz o barco rumo à Paz do Novo Mundo, tem neste território a espada dos Templários, um exército que abre e protege o caminho dos peregrinos que buscam a chave do Amor Crístico. A Rainha Santa Isabel e todos os Guias que plantaram as suas sementes em Portugal vibram no sal do atlântico, no granito, na azinheira, na águia e nos nossos corpos. Ainda só estamos a começar ...    

Confiança - seja como os pássaros que ao pousarem um instante sobre ramos muitos leves, sentem-nos ceder mas cantam! Eles sabem que possuem asas! 

Ao chegar a Dornes, apercebem-se que lá também existe uma via sacra! A Ana Maria e a Diana já lá tinham estado mas nunca a tinham visto. Entre uma das estações a Maria João entra num estado de profundo esvaziamento ... Quem és tu? Quem Sou Eu? Ao pé das águas de Dornes tremenda foi a resposta, além do tempo, além de todo, sendo tudo!

O yin e yang, o bem e o mal, a sombra e a luz. A mulher que pretender ficar apenas numa polaridade terá que aprender sobre a impossibilidade de tal tarefa. Assim, é apenas por se erguer sob a luz e também sob a sombra, acessando igualmente os poderes masculinos e femininos que carrega dentro de si, que ela pode exercer poder sobre o tempo sem se permitir ser consumida por ele. 

Belíssimo é o momento em que a Ariel é batizada nas águas de Dornes: Ariel Maria, assim se chama o lindíssimo Ser que acompanha Magdala! 

A Maria João começa a cantar uma melodia que escreveu no final do Curso de 5 dias da Escola Voz da Terra. Ao escutar as palavras a Ana Maria sente que são para si, para algo muito profundo que viria a acontecer dentro de si ... 

Eu Sou, uma porta aberta que ninguém pode fechar, sou fonte, rio transbordante, correndo para Casa, sou árvore, sou ave, sou fogo da criação, sou todas as que foram e as que depois virão!

A praia de Dornes esvaziou-se e lá ficaram as 4 irmãs. A Maria João e a Ana Maria estão sentadas ao pé do lago, de peito desnudado, cantando as palavras, até que a energia se mostra. A Diana e a Susana olham de longe o que se está a passar e vislumbram a pura Beleza ... um vento forte levanta-se misteriosamente e a Ana Maria coloca as mãos no chão sentindo-se chão e céu ... Puro Corpo Animal, Fogo Vivo em Flor.

As 4 irmãs entram num outro lugar além tempo a partir deste momento. Com vozes de fogo atiram pedras ao rio soltando mil pesos de longe e de agora e de nunca ... Até que a Diana, a colectora, decide juntar argila nas suas mãos. Enquanto cantam a melodia de Nanã, a Diana molda a argila para a aplicar nos úteros da irmãs. A Ana Maria tinha tido recentemente um sonho em que uma mulher lhe dizia: "as Magdala colocaram-me um óleo e uma pasta..." no dia seguinte a Ana Maria, que estava em Berlim, entra numa igreja e vê num altar algo que nunca tinha antes visto: oleum letitiea - óleo da felicidade, numa igreja católica de Berlim, onde estava também uma imagem de Fátima. 

As sincronicidade são estas e outras para além destas, é difícil colocar tudo em palavras, mas tudo se funde num só ponto, tudo absolutamente tudo, para que nasce a Estrela dentro de cada uma!

A Diana tem as mãos com a água e argila de Dornes e antes de aplicar nas irmãs, a Maria João coloca o óleo de rosa. O que aconteceu de seguida não é possível descrever. O êxtase foi a evidência. De repente a Ana Maria percebe que a Diana tinha moldado uma mçã - símbolo de imortalidade e fertilidade, o Jardim do Éden - percebem também algo absolutamente inexplicável - o aroma que exala daquela maçã é o aroma do altar de Magdalena na sua gruta em Saint Baume. 

A Diana tinha tentado encontrar uma fórmula para aquele aroma, mas sem sucesso ... e de repente, ali em Dornes, com óleo de rosa e argila, tinham o perfume de Magdalena espalhado pelo Corpo. 

Esta viagem transcende a compreensão, transcende o tempo, a matéria. A paisagem de Dornes naquele por do sol parecia flutuar, parecia fundir em si mesma espaços dentro de outros espaços além dos espaços, Yeshua, Magdalena, Rainha Santa Isabel e o seu Exército de Templários, Mãe Maria e sua própria Mãe Sant'Anna ... todas as que foram e as que depois virão ... tudo se fez Esfera de Amor!

Este é apenas o princípio, mas nele sabemos já que está o Fim .. o alfa e o ómega, a Chama do Amor Sagrado.

Enquanto as irmãs cantavam duas águias sobrevoaram o céu rosado, bem lá no Alto! O Yin Yang, o Feminino e o Masculino! 

Magdala deixei-se saudar, confia entregando a Voz ao Mistério! 

se tudo carrega o todo então a cada respiração a eternidade. Sou a soma de tudo o que já fui e serei. 

Caminhemos!